Numa altura em que o Hip-Hop é mais música do que movimento (activismo), e as músicas mais sonantes são simplesmente o culto do “eu que posso, faço, mando, tenho, e apenas eu, você não é nada”, Colectivo à Resistência posiciona-se como mais uma alternativa para quem precisa mais do que paleio de um artista “perfeito” que nada mais fala senão das suas qualidades e do que é (in) capaz de fazer.
Assim, o grupo traz-nos o álbum “Arte e Cidadania”, composto por 11 músicas, incluindo uma convocatória geral (introdução) ao exercício dos nossos direitos e deveres de cidadãos, que vão desde o acto de não deitar papel no chão a manifestações públicas (eles preferem as pacíficas).
Os cinco jovens (na verdade são quatro, mais um puto quase a entrar na idade adulta) dão azo à sua veia artística, despreocupados com padrões e casam a arte com a cidadania num um rap comum, mas que se distingue com as batidas de Boni, Flagelo Urbano e C.O e as composições inusitadas do grupo. Às vezes contundentes, às vezes amáveis e claramente apelativos, Mr. Leos, Soldado Mensi, Sismo, RNK e Taciturno revelam-se como verdadeiros poetas, mas também cidadãos politizados - atente-se à destrinça entre politizados e partidarizados, sendo que esta última condição é indispensável para o sucesso ou aceitação de projectos, mas o Colectivo contornou-a - o que se nota na música “À Resistência”, que conta com a participação de Mona Dya Kidi, um dos jovens presos na abortada manifestação do dia 7 de Março de 2011.
O álbum ainda se encontra em gravação nos estúdios da Diferencial, por Boni, e conta com outras participações como de Edu ZP, MonoStereo, Pablo o Samaritano, Fly Squad e Denéxl, para além dos coros de Ndaka.
Entretanto, a partir do dia 18 de Dezembro de 2011 estará disponível um disco promocional grátis com três faixas musicais (Manifesto do Gueto, O Rap Moldou-nos e Saudades), mais fotos, vídeos, composições e outras informações sobre o Colectivo à Resistência.
Ainda sem data marcada, “Arte e Cidadania” será lançado em meados de 2012, juntamente com um DVD com entrevistas a cidadãos, artistas e entidades políticas sobre a arte como um meio eficaz de exercício da cidadania e promoção de valores cívicos.
Atente-se que depois do single promocional surge o projecto “Preliminares”, uma espécie de introdução do álbum, em que cada um dos elementos vai lançar uma música via Internet. Depois do álbum virá o “Clímax”, a ser lançado igualmente pela mesma via.
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